segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Elucubrações




Elucubrações

Durante muitos anos vivi e morei em Niterói, desta cidade guardo em minha memória gravados, fatos e sentimentos que me marcaram profundamente. Nela fui crescendo e aos poucos colhendo informações, emoções e impressões, participando de sua vida e de suas tradições, curtindo seus hábitos e seus mares.
Enfeitiçado pela magia da minha cidade natal, nela enraizei-me em espírito, extraindo para mim suas vibrações e encantos. Dela trago hoje gratas recordações daquele tempo... Meu tempo de menino!
Tempo saudoso, tempo de rara felicidade em que me via solto e feliz, onde meus dias eram preenchidos de luz e radiações sutis. Tempo liberto de conceitos preconceitos, tempo em que meu espírito jovem e receptivo ao amor, vagava entre flores e estrelas... Entre dias e noites.

Sim, sinto saudades daqueles que conheci daqueles personagens que o tempo e a distância me roubaram. Daqueles que hoje não tenho mais notícias, daqueles velhos moços que ao cruzarem por mim hoje provavelmente não os reconhecerei, pois o tempo decorrido os metamorfoseou de crianças em adultos. Quanta falta e dor me faz o saber de que aqueles formidáveis tempos não voltam mais, mas será que eles não voltam mais mesmo?


Acredito que eles talvez não voltem mesmo, mas resta-me o consolo de trazê-los à tona sempre que eu me ponha a relembrá-los...
Mas espera aí! Já sei! Se eles não podem voltar, por que então eu não volto a eles? Não! Não é possível foi apenas um devaneio...
Obsedado pelas saudades, amargurado e triste pela desilusão, com uma tremenda sensação de perda pelos anos distantes... É que tento agora de alguma maneira achar um meio de reencontrá-los de torná-los presente!


Bem! Eu acredito no fantástico e no lado oculto, místico e sobrenatural da vida que nos abraça. Resta-me agora achar uma chave ou uma porta que me conduza a um corredor temporal, a um elo que ligue este presente a um passado qualquer a minha escolha, para que dele eu extraia alguma experiência nova de fatos antigos, que dele entenda alguma coisa que me tenha passado despercebida. Pois com a experiência que possuo hoje, certamente seria de um valor incomensurável poder, avaliar, apalpar, conferir, recapitular, gozar, admirar e relembrar cenas antigas perdidas hoje no fundo do meu subconsciente. Seria pode-se dizer um poder, um poder que muito me auxiliaria a aceitar e compreender o meu mundo de hoje além de abrir novas perspectivas de vida!


Não acredito, não posso acreditar que a nossa existência aqui na Terra apenas se limite a nascer, a crescer, amadurecer, envelhecer e morrer pura simplesmente! Como não acredito também que viver se resuma em acumular conhecimentos na maior parte supérfluos, em trabalhar como instrumento de sobrevivência física e psíquica, sexo como meio de procriação e satisfação na maior parte das vezes egoística e em usar instintivamente as funções primárias de comer beber e dormir...
Se alguém acredita que o viver seja assim, é este alguém desde já, um morto mental e espiritual, uma rês parte de um grande rebanho.
Acredito-me, que viver seja uma eterna busca! Uma busca da verdade plena e absoluta, que o viver seja ver e ver-se...
Sabemos ou instintivamente deduzimos que não a encontraremos nesta vida, mas ainda assim temos de prosseguir em sua busca, esteja ela onde estiver.
Viver significa perfeição, significa amor e fé!
Fé para não sucumbir às armadilhas da ilusão... Nas armadilhas da ilusão de nossos sentidos que tanto nos limitam a meros parâmetros artificiais e relativos, deliminatório do que chamamos e achamos que seja a realidade.

Para exemplificar digo que os nossos sentidos nos travam, nos bloqueiam a percepção da verdadeira realidade assim como uma lei de transito que nos proíba de ultrapassar uma velocidade X, nos nega o conhecimento e a experiência de velocidades superiores a X. O que não quer dizer que não existam velocidades superiores e que também em certos casos essa lei não seja desobedecida assim como certos sentidos de ser superdotado.
Moral da história: Quis eu dizer que embora a lei dos sentidos de comunicação entre nosso espírito e o mundo exterior nos limite a apenas três dimensões espaciais, a alguns decibéis de nível sonoro, a uma pequena faixa de freqüência de áudio, a um espectro um pouco maior de luz e a um desenrolar linear ponto a ponto somente para frente no tempo. Ainda assim existe muito mais para nos expandirmos.
E é a essa expansão que eu busco agora. E por essas e outras que quem sabe algum dia eu não ache aquela chave mestra oculta que abrirá portas e mundos para um novo conceito de vida? E que então por caminhos novos eu passar a ser e estar em todos os sentidos que a minha atual mente não pode conceber?
Por aqui termino esta elucubração, sabendo que no dia em que finalmente tiver acesso a chave e se ainda me for importante ou permitido voltar no tempo, eu voltarei ao dia de hoje e completarei estas linhas com todo o saber da verdade nua e crua.

26/09/1983                                                     Maurício Oslay de Vargas Alonso


Obs.: Consegui a chave da verdade no ano de 4983 e transmito hoje a técnica e a verdade para consegui-la.
A técnica, apenas fé!     A verdade... Amor!