Hipnose para deixar de fumar

Usando a hipnose para deixar de fumar

Em 1974, no Instituto para a Motivação por Hipnose (uma das maiores clínicas de seu género na altura e ainda maior hoje em dia), fui certificado pelo Dr. John Kappas como Mestre Hipnotizador.
Me juntei ao Sindicato dos Hipnotizadores e me tornei membro da Associação Americana de Hipnotizadores.
Durante a altura em que pratiquei hipnotismo, posso dizer com orgulho que tive 3 grandes sucessos: primeiro, minha filha caiu em uma banheira com água fervendo e ficou com queimaduras de 3º grau nos tornozelos.
O médico que a tratou nas urgências disse que ela iria necessitar de fazer transplante de pele e que os tendões estavam seriamente danificados.
Apenas usando a hipnose, a ajudei a sarar os pés completamente em 7 dias. Nã havia cicatrizes quando as ligaduras foram removidas. O médico que a tinha examinado no dia do acidente lhe chamou "um milagre".
O segundo foi com uma rapariga que havia ficado paralisada em um acidente de automóvel. Ela mal conseguia andar, mesmo com a ajuda de suportes metálicos nas pernas e bengalas. Tinha dois médicos e um terapeuta trabalhando com ela a tempo inteiro há dois anos, sem grandes progressos.
Durante a única sessão que tive com ela (os médicos imediatamente começaram colocando imensos entraves a nossos encontros, ameaçando com processos legais), descobri que a paralisia dela era totalmente psicológica.
Não vou detalhar o caso mas era totalmente baseado na culpa. O noivo dela havia morrido no acidente e ela se sentia responsável.
Através da hipnose, consegui que ela quebrasse a barreira da culpa e saísse da clínica sem os aparelhos metálicos ou as bengalas. Os médicos nem queriam acreditar (provavelmente isso significava o fim dos pagamentos que o seguro da moça lhes dava há dois anos).
O terceiro foi um homem que havia feito uma cirurgia ao cérebro, para evitar que a doença de Parkinson o matasse. Depois da operação, ele apenas conseguia sussurrar. Tenho uma fita dele gritando durante uma sessão comigo, "Mãe, consegue me ouvir?" Chorámos os dois nessa sessão.
Por isso, acho que sei algumas coisas sobre hipnotismo.
No Instituto em que me formei, me especializei em cessação tabágica. Apesar de ser bom no que fazia, era estranho não conseguir me hipnotizar (toda a hipnose é, na realidade, auto-hipnose) para conseguir deixar meu hábito de "um pacote por dia".
A verdade é que muitos dos hipnotizadores que trabalhavam comigo também fumavam, apesar de tentarem esconder esse fato de seus clientes, tal como eu.
O que é que estava mal?
Durante anos, fiz shows de hipnose. Muitas vezes, os voluntários pediam para eu fazer coisas depois do espectáculo. A maior parte das vezes era alguém que queria deixar de fumar. Eu acedi sempre a fazer uma sessão.
Me lembro de um homem que foi a vários espectáculos e que se oferecia sempre. Era um voluntário excelente e nos divertíamos imenso.
Nessa altura, ele fumava 3 pacotes de cigarros por dia. Sugestionei-o a não ter mais desejo de fumar e, na semana seguinte, ele me disse-me que não havia fumado desde essa noite. Fiquei contente.
Voltei a vê-lo talvez 3 ou 4 semanas depois. Ele tinha voltado a fumar. Lhe perguntei porquê, ao que respondeu que tinha acontecido algo que despoletou nele novamente a vontade de acender um cigarro
A certo ponto, deixei de fazer esses shows e de praticar o hipnotismo terapêutico. Consegui aqueles sucessos de que falei antes mas não queria enveredar por esse caminho, embora gostasse de fazer os espectáculos.
Ainda pensava sobre como conseguir eu próprio deixar de fumar. Havia tentado cold turkey (expressão americana para quem deixa de fumar sem terapias de substituição, usando apenas sua força de vontade) 3 vezes e não ia certamnete conseguir dessa maneira. Por isso, me perguntei o seguinte:
Como posso arranjar uma forma de fumar todos os cigarros que quero, ao mesmo tempo que vou abandonando o vício? Como conseguir deixar algo, fazendo-o ao mesmo tempo sempre que desejasse?
A resposta foi e é simples: tinha que descobrir como fazer para deixar de querer fumar.
Primeiro, tinha que descobrir por que a hipnose não resultava, ou antes, por que resultava mas apenas durante um período limitado?
Descobri isso: fumar é um vício químico e psicológico ao mesmo tempo. Sempre tinha ouvido (e continuo ouvindo) que o vício de nicotina é mais forte do que o da heroína ou da cocaína
Se isso fosse verdade, não poderiam esses drogados ser hipnotizados tal como eu havia feito a tantos fumantes e libertados desses vícios?
A resposta é um redondo "não".
Nunca ouvi dizer que alguém se tivesse libertado das drogas através do hipnotismo. Nem acho sequer que isso seja tentado por alguém com intuitos sérios.
Se a nicotina é mais viciante do que a heroína ou a cocaína, então deveria ser fácil conseguir, através do hipnotismo, que um drogado ficasse pelo menos umas semanas sem se drogar, tal como se faz para os fumantes.
Aparentemente, isso não é verdade.
Decidi então encarar o vício de nicotina de outra forma: não achando que era a droga demoníaca que se dizia. De fato, nem sequer parecia ser ela a força dominadora por detrás do vício/hábito.
Pensei muito seriamente acerca do que realmente fazíamos quando hipnotizávamos alguém com o intuito de fazê-lo deixar de fumar. Cheguei à conclusão de que estávamos criando um novo hábito: o hábito de negar outro hábito. Estávamos construindo uma barreira psicológica entre o fumante e os cigarros.
Construindo um hábito para negar outro. Dois hábitos em oposição. Não admira que as pessoas digam que ficam um bocado confusas durante as primeiras semanas após deixarem de fumar.
Depois de deixarem o tabaco, assim que algum acontecimento em suas vidas seja tão traumático que os faça "abanar" psicologicamente, a barreira cai. Regressam a seu comportamento anterior, muitas vezes ao mesmo nível de consumo (ou mais) que tinham antes de serem hipnotizados.
Uma mulher me disse recentemente que seu pai havia deixado de fumar durante 20 anos. Uma noite, em um bar, pegou um cigarro, o acendeu e o fumou. Passado uma semana, estava de novo fumando tanto como 20 anos antes. Outra pessoa que conheço pessoalmente me diz que também deixou há cerca de 20 anos e todas as manhãs, quando acorda, seu primeiro pensamento ainda é o cigarro.
Essas pessoas nunca deixaram de fumar; elas apenas pararam por algum tempo (muito tempo, aliás). Mas a nível psicológico, não mais do que aquele sujeito que ficou sem fumar uma semana depois de ser hipnotizado. Todos eles construíram um hábito de não fumar, um hábito de negar o hábito anterior, até ao dia em que, por uma razão qualquer, decidem regredir ao hábito anterior, mais velho e enraizado.
Não digo que a hipnose não possa resultar. Acho que tem de ser aplicada de uma forma muito especial, para poder funcionar. Não pode apenas ser usada para bloquear o hábito; deve ser usada para destruí-lo completamente, desde a raiz.
A maior parte das pessoas que deixaram de fumar, se pegassem num cigarro hoje e o fumassem, reverteriam ao seu velho hábito em uma questão de dias.
Tal como o alcoólico não pode tocar mais em álcool, sob pena de não conseguir mais parar de beber se o fizer. As pessoas que deixam de fumarcold turkey nunca mais podem pegar num cigarro.
Usando o sistema que criei em mim próprio, que se desenvolveu pelo meu desejo constante de parar enquanto podia continuar fumando sempre que o quisesse, um dia cheguei àquela meta que almejava há tanto tempo: já não tinha mais desejo de fumar. Mesmo sabendo que podia acender um cigarro, já não queria fazê-lo.
Tinha conseguido desenraizar o mecanismo psicológico que havia criado em mim próprio desde os 14 anos. Nesse momento e já há muitos anos, não sou fumante a qualquer nível.
Se agora fosse forçado a fumar um cigarro, certamente que esse cigarro não me poria novamente no caminho daquele pacote por dia que eu fumava. Tenho a certeza disso.
A maioria dos hipnotizadores, pela minha experiência, não consegue compreender o conceito de desenraizar um hábito psicológico. Quase todos eles usam métodos de bloqueio.
Em minha opinião, isso não é apenas um desperdício de tempo e dinheiro; é algo que descredibiliza completamente a hipnose e provoca grandes danos à mente do fumante, que cada vez menos acredita que vai conseguir deixar de fumar.


Se sente culpado? 
A questão moral acerca de fumar
Esse texto não se aplica a todos os fumantes; há uma vasta gama de idades, razões e formas pelas quais começámos fumando. Não posso saber qual a experiência de cada pessoa, apenas me baseio em minha própria experiência, mas acredito que estou falando para a grande maioria dos fumantes. Você saberá se isso se aplica a você.
O dicionário define "culpa" como um sentimento de auto-repulsa por acreditar que fez algo errado.
A culpa é uma experiência psicológica e emocional própria de todas as coisas que respiram e vivem, tal como a alegria, o medo, a confusão, o ódio, a apatia, a raiva e o espetro de sentimentos que vai do branco mais brilhante ao negro mais escuro. Todos têm seu lugar em nossas vidas e cada um expressa, interior ou exteriormente, o que vai dentro de nosso espírito.
Todos nós, independentemente de fatos, fantasias ou razões, fazemos coisas na vida de acordo com o grau de culpa que sentimos em nosso íntimo.
Depois ao amor, a culpa é a experiência emocional mais forte e certamente a mais volátil. Cada um de nós traz consigo, em todos os minutos de sua existência, acordado ou dormindo, nossa "boneca" psicológica pessoal, cheia de todas essas coisas que preferimos manter à distância, num passado sombrio, sobretudo escondidas daqueles que sabemos poderiam nos recriminar por isso.
Se houver uma forma de aliviar o fardo da culpa, nos libertarmos de parte desse peso, ganharemos uma força adicional; uma vez purgados, notaremos um aumento significativo de energia positiva, que pode ser agora aplicada em objetivos novos, que anteriormente pareciam inatingíveis, quando tínhamos o peso da culpa sobre nós.
De minha experiência de mais de 50 anos, sempre tivemos os cigarros como membros da família; desde minhas memórias mais antigas, enquanto fui crescendo, todos os adultos que conheci fumavam. Todos os meus educadores (mãe, pai, madrasta, dois padrastos), ambos os avôs e avós, ambos os irmãos de meu pai, o irmão de minha mãe e outros ainda da minha família, todos foram presas de doenças fatais relacionadas com o fumo e todos à exceção de dois morreram antes de completar 60 anos. Os dois que fugiram a essa regra morreram com 72 anos, de câncer. Antes do câncer aparecer, ambos pareciam de excelente saúde.
Sou o primeiro da linha, de ambos os lados da família, a ter escapado das garras do hábito de fumar. Sendo minha saúde tão boa como é neste momento e partindo do princípio de que não terei um acidente, seguramente viverei mais do que qualquer parente que tenha tido nos últimos 100 anos. Isso me agrada mas põe uma responsabilidade acrescida em mim. Acho que não basta viver muito mas sobretudo viver bem e contribuir para o bem-estar dos outros.
A culpa verdadeira que sinto e que tenho sentido ao longo de minha vida... o tipo de culpa que nunca desaparece nem é realmente esquecido... apenas tenho um pequeno número de coisas que podem se chamar de "culpas". Se essas culpas fossem sabidas publicamente, seriam tão humilhantes que só de pensar nisso enquanto escrevo essas linhas me faz sentir pouco à-vontade.
Não se trata da intensidade de culpa que os adultos normalmente sentem. Parece reservada principalmente para crianças e jovens. Quando se é adulto, já descobrimos maneiras de disfarçar a culpa, a vergonha, a raiva de nós mesmos por não sermos quem pensávamos ou quem queríamos, ou quem os outros pensavam ou queriam. Conseguimos compensar esses sentimentos, adormecê-los, negá-los. Muitas vezes culpando outros. Conseguimos enterrá-los no passado e seguir em frente. É isso que temos que fazer para sobreviver, ou ficaríamos doidos, não acha? Seguimos em frente, fingindo ser adultos maduros, trabalhando arduamente para desenvolver as características que observamos naqueles que consideramos ainda mais adultos do que nós. Tomamos as melhores decisões que conseguimos - dadas as circunstâncias - e tentamos evitar sentir culpa o mais que podemos.
Eventualmente, nos apercebemos de que muitas pessoas parecem nunca conseguir verdadeiramente crescer, mas todo mundo envelhece. Minha geração está ficando velha. Éramos os chamados "Baby Boomers", o melhor que havia. Material de primeira classe, gente de segunda, terceira ou mesmo quarta geração de Americanos! Foi uma altura de expansão demográfica da qual me orgulho de ter feito parte.
Fomos os que "fizeram mais", fomos "os mais...", somos ainda "os mais..." e assim por diante, há mais de 50 anos. Isso inclui termos sido a geração que comprou e fumou mais cigarros em toda a História do Homem. Também fomos os que morreram mais de doenças provocadas pelo tabaco em toda a História.
A prova daquilo que já sabíamos está à vista. O tabaco pode matar e vai matá-lo eventualmente, depois de fazê-lo sofrer durante mais ou menos tempo com doenças crônicas até provocar-lhe outra que seja mortal.
Quando começámos fumando, não precisávamos de estatísticas e pesquisas para nos dizerem que era mau para a saúde, pois não? Aquele primeiro "trago" nos disse tudo isso logo nessa altura. Da primeira vez que alguém experimenta inalar um "trago" de um cigarro, puxado "como deve ser", especialmente se é adolescente e se o cigarro for um Chesterfield sem filtro (como foi meu caso), seu corpo vai rejeitar o fumo com tanta clareza que você, normalmente um jovem com menos de 16 anos, vai saber instantaneamente, a nível físico e emocional do mais básico que há, que aquilo faz mal e está provocando danos em seu organismo.
Apesar disto, tomamos a decisão de contrariar nosso corpo e os sinais que ele nos envia, até começarmos sentindo indiferença perante essas sensações. Uma vez que a mente "pensante" consiga convencer o corpo de que ou cumpre com a ação desejada ou sentirá dor para sempre, os sinais se tornam completamente desapercebidos pela mente consciente, ou pelo menos mal interpretados por ela.
Nas primeiras vezes que praticámos esse acto doloroso, sem sentido e destrutivo, quer fosse contra o autoritarismo de nossos pais, para imitar outras pessoas ou para fazermos parte do grupo, todos tivemos que sentir culpa. Essa culpa foi aumentada pelo medo de sermos pegos. Medo da recriminação. Esse medo aumenta ainda mais a culpa. Faz com que ela passe de passiva a ativa. Cada cigarro, após aquele primeiro, durante um bom período de tempo, foi um assalto e um insulto à nossa inteligência. Nosso corpo nos dava sinais para indicar o caminho da sobrevivência e nós não lhe demos ouvidos.
Lhe chame inteligência interior, poder supremo ou um número de eufemismos que poderia sugerir. Em nosso íntimo, todos sabemos a diferença entre certo e errado, entre bom e mau.
Forçámos nossos corpos, contra sua vontade e apesar de seus protestos, a absorver fumo através dos pulmões. Sabíamos que isso não era bom. Sentimos culpa por isso mas em um dado ponto, essa culpa desapareceu.
Crescemos, fumámos e nos esquecemos disso, a não ser nas alturas em que um programa de televisão ou outro evento qualquer nos fizesse ter aquele pensamento ocasional mas pouco sincero de que devíamos parar de fumar. "Quando estivéssemos prontos", não era?
É possível que, para muitos de nós, a culpa de fumar esteja entre os primeiros itens na lista de culpas que trazemos em nosso íntimo. Uma culpa perpétua, inconsciente e pesada, sem segredos. Todo mundo sabe e quase ninguém se preocupa. Tantos outros fazem o mesmo... nós pensamos "não pode ser assim tão mau, pois não?" mas sabemos, bem cá no fundo, que não é assim.
Você tem agora uma excelente oportunidade. Está em posição de fazer a maior "descarga" de culpa que alguma vez fez, sem traumas associados. Sem clínicas, sem terapias, sem tratamentos de choque, Prozac, Valium ou Zyban, sem adesivos de nicotina, hipnose, ervas chinesas ou acupuntura.
Se você for capaz de mergulhar em sua memória, se lembrar da decisão original que tomou de fumar e conseguir "refazer" essa decisão, ao mesmo tempo que apaga a determinação inicial de se tornar um fumante, você estará se livrando do peso da culpa que tem carregado todo esse tempo. Não basta parar de fumar. É necessário ir ao centro da questão e deixar de querer fumar.
Você vai se aperceber de que nunca quis verdadeiramente fumar, que está acordando de um estado semi-hipnótico em que se colocou e que já não se sente atraído pelo suicídio sob qualquer forma, especialmente através da inalação de fumo tóxico saído de uma erva e papel ardendo em sua mão.
É uma sensação de elevação que apenas aqueles que conseguiram verdadeiramente se tornar não-fumantes (em vez de ex-fumantes) conseguem experimentar. Essa sensação anda de mãos dadas com qualquer tipo de vício. Derrotar esse vício desde sua raiz significa nos libertarmos da culpa que a ele está associada.
Vale a pena fazer o que for necessário para alcançar esta meta.


Link para o site: http://www.como-deixar-de-fumar.com/index.htm


Fumar: Hábito ou vício

por Mark Whalen

Apesar de para a maioria dos fumantes ser normal achar que hábito e vício são sinônimos, isso não é verdade. Os dicionários definem "hábito" como sinônimo de "inclinação, tendência, rotina", ao passo que "vício" quer dizer "fixação, dependência química, obssessão". São definições bastante diferentes, não acha?

Vejo a diferença como muito mais do que uma pequena variação na interpretação semântica. Para mim, há uma discrepância grande entre uma inclinação ou tendência e uma fixação ou obssessão. Definir essas diferenças é a ferramenta principal do processo descrito em meu livro. Saber quanto da sua vontade de fumar é hábito e quanto é vício será um grande passo para desmantelar e remover ambos de sua vida.

Vamos separá-los dessa forma: o vício é da nicotina. O resto é hábito.

Da minha experiência pessoal e por ter assistido outros nesse campo, sei que o vício de nicotina, mesmo em um fumador de longa data, é de cerca de 4 cigarros por dia. Uma vez removido o hábito de fumar, 4 cigarros por dia satisfarão a maioria dos viciados em nicotina.

No entanto, a maioria dos fumadores assume que cada cigarro fumado, cada desejo de tirar um do pacote e o acender, provém do vício químico. Dizem que têm que "repor os níveis" no sangue. Isso não é verdade. O hábito/vício dos cigarros é muito mais complexo do que isso.

Quase toda a discussão acerca dos cigarros gira em torno da nicotina, mas pouco do material que tenho pesquisado discute a forma como as tabaqueiras associaram os cigarros à imagem, sexualidade e aceitação social do fumante.

Desde o livro de Wilson Key "Sedução Subliminar", de 1974, não encontro qualquer informação sobre as técnicas subliminares utilizadas pelas tabaqueiras. Não falo apenas de imagens sugestivas de pessoas felizes mas da palavra "SEXO" embebida, dissimulada nos comerciais, entre outras técnicas.

Essas técnicas, não tendo nada que ver com o vício da droga (nicotina), têm no entanto um efeito viciante por si mesmas, a níveis psicológicos subconscientes que as tabaqueiras rezam nunca sejam referidos nos mídia. Apesar de não serem tão viciantes como o vício químico, estas táticas podem por si só manter muitos fumantes "agarrados", mesmo se não houver nicotina nos cigarros que fumam!

O antigo ditado "só um viciado compreende outro viciado" aplica-se muito bem aos fumantes. Quem nunca sentiu o pânico de descobrir que é uma da manhã, não tem mais cigarros nem dinheiro e não há lojas abertas em lado nenhum, não consegue perceber como um fumante se sente nessa situação, quanto mais conseguir ensinar a alguém como se faz o desejo desaparecer. Se alguém com fome ficar sem bolachinhas em casa, não vai andar de porta em porta a meio da noite pedindo a seus vizinhos que lhe arranjem algo para trincar mas um viciado em cigarros é muito bem capaz de fazer isso sem hesitar.

Eu sei porque aconteceu comigo. Eu já estive nessa situação!

Por isso, quando digo que conheço a forma de nos libertarmos deste problema insidioso, que afecta 500 milhões de pessoas em todo o mundo, quero que saiba que meu método não provém de nenhuma teoria que me ocorreu de repente ou sobre a qual sonhei. Esse método FUNCIONA MESMO. O usei em mim próprio com sucesso, conseguindo acabar com meu vício de 16 anos e ajudei milhares de outros a fazer o mesmo.

Alguns dirão "Bem, funcionou com você mas eu sou diferente. Sou mais viciado, tenho menos força de vontade, não sou tão esperto... é mais difícil para mim". Pode até ser verdade mas só se essas pessoas quiserem que seja. A única diferença entre essas pessoas e eu é que eu decidi deixar de fumar e eles não querem na realidade fazê-lo.

Podem até dizer "Claro que quero! Você não faz ideia de quantas vezes tentei e como isso foi difícil! Se eu pudesse deixar o tabaco agora, o faria imediatamente". Infelizmente, estão mentindo. Não para você ou para mim mas para quem deveriam ser mais honestos... eles próprios.

Outra diferenciação que devemos fazer é a diferença entre "tentar" e "fazer". Apesar de ser entendimento comum que o primeiro leva ao segundo, isso apenas é verdade para as primeiras tentativas. "Tentar" pode se tornar num comportamento em si mesmo, tendo pouco a ver com "fazer".

Enquanto hipnotista certificado há décadas, fiz centenas de demonstrações de hipnose em espectáculos, bem como muitos seminários de formação para médicos em que falei sobre hipnoterapia clínica.

Um dos testes para provar que alguém está "mergulhado" na hipnose consiste em fazê-lo juntar suas mãos, entrelaçando os dedos. Depois lhes digo para tentarem separar as mãos mas eles não conseguem. A sugestão confirmadora (instrução) é "na realidade, quanto mais você tenta, mais descobre que não consegue. Tentar apenas faz com que as mãos se apertem ainda mais!". Depois de eles terem demonstrado que de fato não conseguem separar suas mãos, eu lhes digo "agora, quando contar até três, você vai libertar seus dedos e suas mãos se separarão depressa e com facilidade". Como deve imaginar, resulta sempre.

A questão é esta: na primeira parte do teste, digo aos sujeitos para "tentar", não para "fazer". Na segunda parte lhes digo exatamente o que devem fazer e eles o fazem. Duas ações completamente distintas. De igual modo, posso lhe garantir que alguém que ouve dizer estar a "tentar" deixar de fumar não está empenhado em deixar o tabaco; alguém que está verdadeiramente empenhado nesse processo não tenta, faz.

Quanto à questão da força de vontade, tenho que dizer que sou uma pessoa algo preguiçosa. Tento sempre encontrar a "maneira mais fácil". É de minha natureza (tal como deveria ser a natureza do homem que inventou a roda). Foi, durante muitos anos, um traço de personalidade que me fez sentir como se não fosse tão bom como os outros. Eu acreditava realmente naquela história de "sem esforço não se consegue nada". Agora sei que se pode conseguir o que queremos, não só sem sofrimento mas inclusive obtendo divertimento e alegria enquanto o fazemos.

(A história seguinte é verdadeira e tão detalhada quanto a minha memória me permite. As minhas desculpas a Charles Tate e a outros membros da família, que possam encontrar erros em essa descrição).

Num período já tardio de minha vida fiz um amigo chamado George, um homem que aos 34 anos deixou de trabalhar "no duro" e se tornou "preguiçoso". Deixou seu emprego de 2.400 euros por mês, sua casa, sua relação de longos anos com uma mulher e ficou praticamente na miséria. Viveu durante dois anos na garagem de um amigo, dormindo e se deitando "para pensar" numa cama de ferro tipo militar.

Quando ele saiu dessa garagem e alugou um quarto em minha casa, seu negócio valia mais de 25.000.000 de dólares e ele ganhava mais de um milhão por mês! Cerca de um ano e meio depois, seu negócio valia 87 milhões e 10 anos depois ele vendeu o pequeno negócio que tinha começado na garagem do amigo à Borland, por 2,2 bilhões de dólares!

Será que ele era um gênio? Uma vez me disse que o seu QI era de 90. Conforme ele dizia, "apenas uns pontinhos acima de estúpido!". Claro que não, 90 está na média de QI dos seres humanos normais.

Tinha educação superior? Não, havia deixado a escola no 10º ano, terminando o liceu anos depois, quando já era adulto. Não possuía qualquer conhecimento anterior nem formação sobre o produto que lhe trouxe o sucesso. De fato, George nem sequer aprendeu na totalidade como funcionar com esse produto convenientemente!

Era aventureiro e fura-vidas? Uma vez me disse que trabalhava cerca de 6 horas por dia, grande parte delas com as mãos nos bolsos. Em suas próprias palavras, ele era "preguiçoso como um cão de caça preto!"

Tinha uma figura atraente e um aspecto convincente? Não, tinha peso a mais e era já um pouco careca. Sua roupa do dia-a-dia era um par de chinelos usados e uma camisa comprida daquelas compradas em hipermercados, com um bolso cheio de canetas e lápis e várias marcas de tinta acima do bolso, feitas das vezes em que tinha falhado a pontaria.

Nunca o vi usar paletó e gravata. Ele podia muito bem passar por porteiro de qualquer edifício em que estivesse. Tinha um charme do tipo Matlock, voz suave de rapaz do campo mas não tinha qualquer aspecto glamoroso do género estrela de cinema. Parecia ser apenas um tipo normal. De fato, a não ser pela fortuna que ganhava, era isso que ele era durante praticamente todo o dia.

Tivemos muitas conversas tardias acerca do que ele tinha feito e o que fazia naquela altura, de como tudo parecia tão fácil. O que ele conseguiu me transmitir foi que tinha simplesmente "decidido"... ficar rico. Não tinha "tentado" ficar rico. Não tinha "trabalhado" para ficar rico. Como diz a Nike, Just Do It (faça-o, simplesmente). George simplesmente o fez.

Como? Apenas com seu conhecimento autodidata de computadores (tinha construído um dos primeiros computadores 8080 da Altair a partir de um kit e imediatamente começou estudando computadores e a se instruir), George decidiu fazer sua fortuna algures em essa indústria. Iniciou um negócio de software encomendado por E-mail, chamado "Discount Software", um dos primeiros do género. Começou lendo revistas de computadores e estudando software para incluir em seu negócio. Um em particular lhe foi altamente recomendado. Leu uma revista acerca desse programa que um homem havia escrito em casa como hobby. Leu o artigo várias vezes. Sentiu que estava ali algo de grandioso, que aparentemente mais ninguém havia notado.

Quando finalmente percebeu as implicações e as ramificações que esse programa podia ter, contatou o programador, com quem se encontrou à hora de almoço em seu local de trabalho. Escreveram um contrato manuscrito de uma página em uma folha de papel, dando o George o direito exclusivo de vender o programa. George concordou em pagar ao programador (que tinha aparentemente perdido a confiança no seu programa, chamado "Vulcan") uma pequena parte de "royalties" (direitos de autor) por cada cópia que fosse vendida. O programador aceitou facilmente esta proposta. Quando se separaram naquele dia, ele desejou boa sorte ao George.

O programa passou a se chamar dBASE! Sim, o programa que iniciou a ascensão da Borland (agora chamada Inprise)!

ACTUALIZAÇÃO: Penso que o dBASE foi recentemente adquirido pela Ksoft, Inc.

O pai das bases de dados dos computadores modernos foi um cara que abandonou a escola, com praticamente nenhuma instrução em computadores (apesar de ter se auto-educado muito para além do que aquela educação "formal" lhe poderia alguma vez ter oferecido), um homem de QI médio que se intitulava preguiçoso. No entanto, alguém que havia se DECIDIDO! Alguém que havia seguido essa decisão com ações.

Por causa desse homem, que havia decidido ficar rico, a IBM se lançou a todo o vapor na criação de computadores pessoais. Até essa altura, eles não tinham conseguido ver qual a utilidade que os PC poderiam ter para o público em geral. A decisão e a dedicação que esse homem lhe deu mudaram drasticamente a forma como o mundo inteiro faz negócios hoje em dia. Seu nome era George Tate. Seu papagaio se chamava Ashton.

George amava a vida. Ele costumava passear à volta de nossa casa, dizendo "ninguém tem vida melhor do que a minha!". Parecia muito feliz. Havia encontrado o amor de sua vida, comprara uma casa de um milhão de dólares junto à praia e juntos tinham uma linda menina.

Quando a criança tinha cerca de 8 meses, a fantasia maravilhosa de George acabou. Aos 39 anos, com o mundo a seus pés, ele caiu fulminado em sua secretária, de manhã, devido a um ataque de coração. Nunca havia tido problemas desse tipo. Sabe, George tinha outro amor... cigarros!

A questão é que tudo na vida pode ser controlado pelas decisões, se forem seguidas de ações. Decisões claras seguidas por ações decisivas. Nos livrarmos de um hábito indesejado, mesmo de um vício químico, é tão simples como isto: decidir fazê-lo e seguir essa decisão. É simples.

"Mas", diz você, "não pode ser assim tão fácil!"

Eu disse "fácil"? Não, eu disse "SIMPLES".

No entanto, pode ser igualmente bastante fácil. Faça a seguinte analogia: se tivesse que mover uma montanha, encostaria seu ombro nela e começaria empurrando? Claro que não. Provavelmente agarraria em uma pá e um carrinho de mão e começaria cavando. Com cada golpe de pá estaria movendo a montanha. Não estaria "tentando", estaria "fazendo" realmente. É essa importante distinção que é necessário fazer.

Se você estivesse aqui em Las Vegas e quisesse ir para Los Angeles, daria um salto desde o Las Vegas Strip e esperaria aterrar em Wilshire Boulevard? Claro que não. Se não houvesse outra forma de ir, você poria um pé à frente do outro, com os dedos apontando para sudoeste, e começaria andando. Não estaria "tentando" chegar lá, estaria "indo" para lá. Eventualmente, se continuasse seguindo esse simples processo, chegaria lá.

Deixar de fumar é o mesmo processo, aplicado a uma jornada diferente.

Meu livro, nomeado para o prémio Pullitzer, detalha o método definitivo, quase sem esforço, para escapar à erva mais maléfica conhecida do Homem, sem ter NUNCA que enfrentar ou combater "o terrível desejo de fumar", sem usar pastilhas, adesivos, pílulas ou qualquer dispositivo, tudo por um custo inferior a 8 pacotes de cigarros ou uma refeição em um bom restaurante. Se você está mesmo decidido a deixar de fumar e sente que precisa de ajuda, de um manual que o oriente na melhor forma de fazê-lo, aqui está ele. Compre e o use.

No entanto, compreenda isto: o livro não faz nada, você é que faz. O "trabalho" é fácil. Primeiro, aprende a desmantelar seu hábito. Depois disso estar feito, a parte respeitante ao vício é muito mais fácil! Para além disso, você pode fumarsempre que quiser ... sempre que realmente quiser... enquanto segue o método.

Difícil de acreditar, não é? Lhe digo-lhe isto: até ao dia de hoje, sei que posso fumar sempre que desejar fazê-lo; o tabaco está disponível em toda parte. Só que desde 2 de Janeiro de 1979, cerca das 10 da manhã, não me apetece fumar, portanto desde esse dia que não o faço. É verdade!

Se você sinceramente cumprir o método durante um ano e ainda estiver fumando, lhe devolveremos seu dinheiro!

Mark Whalen, Presidente da
PresMark Publishing Co.
"Como Deixar de Fumar Sem Força de Vontade ou Sofrimento"

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