terça-feira, 30 de novembro de 2010

Não Se Comparará

2v3j5ec

Não Se Comparará
  
Quanto tempo ainda vai passar,
Quanta vida; ainda vamos perder,
Para noutra conjunção nos encontrar,
Para noutra relação nos envolver?

Quanto sofrimento; teremos pela frente,
Quanta saudade ficará para trás,
Até    o momento de repente,
Que eu e você nos juntaremos, uma vez mais?

Quantas vezes ainda lhe buscarei,
Quantas vezes, entretanto não a encontrarei?
Quantas vezes conseqüentemente; sofrerei,
Entretanto de você, quantas vezes não desistirei?

Talvez muito tempo talvez muitas vezes!
Mas tanto tempo quanto for necessário a esperarei.
Tantas vezes repetidamente a desejarei...
Que todo esse tempo não se comparará:

Com aquele eu sei... Que de você junto eu pretendo passar!

 MOVA 21/O6/1986

Trem Do Tempo



Trem Do Tempo
 O tempo segue impassivo sua infindável trajetória. Afastando do meu presente de uma maneira irreversível, toda aquela emoção contida no meu passado...
Emoção que de tão distante de repente já é tornada história!
História sofrida e amarga registrada nos anais da alma, mas pôr poucos sabidos...

Fatos acontecidos num certo passado, fatos passados para a mente, fatos enfim guardados no coração até o presente.
São como pedacinhos da gente partidos no tempo, espalhados em melancólicas lembranças, testemunhas da minha desilusão, fomentadoras veementes de estúpidas esperanças.

Esperanças absurdas de parar o trem do tempo enquanto é tempo para nele voltar pulando de vagão dia em vagão dia... Até aquele dia (o do primeiro vagão) e nele encontrar você!

Você solitária passageira que de mim irracionalmente fugiu, deixando-me prostrado e de coração partido numa irreal estação, vendo-a perder-se na névoa Obliterante de cada dia subseqüente...

Esperança de que tudo o que aconteceu poder mudar, de poder anular todo este tempo inutilmente perdido, de lhe reconquistar e de lhe dizer o quanto desde então tenho sofrido.

Sofrido pôr não mais poder lhe ter, seguro em meus braços, sofrido pôr não mais me ter-me apertado de encontro ao teu peito,
Sofrido pôr não mais lhe ver nem a um leve traço. Sofrido enfim pôr saber que hoje em dia para isso mudar... Não há mais tempo e nada mais pode ser feito ou mesmo tentado!

MOVA  03/06/1986

Ironia


Ironia

Sob o peso da ironia.
O  homem se deixa afundar inocente,
Mais e mais no seu profundo e negro íntimo.
De uma maneira sutil, tola e displicente.

Tantas forças resultantes então o cerceiam, que um medo florescente e dilacerante que a tantos reduz, cresce e crescerá a cada momento de passiva, mas destrutiva imobilidade...
Turvando-lhe os horizontes, enfim: apagando-lhe a luz!

Cada gota de suor frio que lhe assoma as têmporas e a testa atesta-lhe a dor da incapacidade e a angústia infinita. Pôr ver sair-lhe pôr incontáveis poros, energias vitais de uma forma tão banal, mas que no fundo com o passar do tempo de uma maneira irreversível e tão fatal!

Pois suas forças constantemente minguadas, não serão suficientes de repente, para supri-lo na árdua luta de viver e de se sentir gente!

Sob o peso da inércia mórbida, obsessiva e descabida...

Perde-se
                  a razão,
                                    o amor próprio
                                                                      e a própria vida!

MOVA 02/06/1986

Saudade


SAUDADE

Saudade amarga, saudade dura de suportar.
Saudade pura que me atinge a toda hora!
Enfraquecendo-me aos poucos, um pouco querendo me matar.

Saudade insuportável de tão espremida, corroendo e espetando devagar, este pobre cara quase já sem vida.

Um cara que trás no peito em forma de margarida.
Uma bizarra, tensa e profunda ferida...
Marca dramática displicentemente deixada pelo destino que no seu enlouquecedor e triste desatino, tanto me faz sofrer e chorar sem mesmo ver...
Da inutilidade deste impotente pranto. Que hoje e nem nunca o meu desamor poderá resolver!

Mas mesmo assim, esta saudade repetidamente me fustiga. E você cada vez mais é pôr mim desejada e querida.
Pôr esta saudade você é retratada, você me é lembrada. Mesmo sendo-me pela realidade cruelmente negada... E pela minha própria razão é resignadamente descartada!

MOVA 13/05/1985

Para Todo O Sempre


Para Todo O Sempre
  
Tanto tempo e tanta vida entreguei,
Tanto de mim, pôr você passou e se perdeu.
Tantos momentos me escaparam,
Tantos sonhos não se realizaram.
Contudo todos os meus sentimentos,
Não se perderam... Não acabaram!

Hoje que tudo estupidamente terminou.
Vejo que na minha vida, Nada! Nada mudou!
O meu também estúpido amor ainda luta entre tudo para sobreviver.
Contudo as coisas primam infelizmente
Para ele sucumbir... Para ele morrer.

Amar-lhe somente, não me é! Não me foi o suficiente!
Pois tanto lhe amo! E mesmo assim nada, nada mudou!
Tudo me foi inútil, sou tão infeliz quanto quem nunca amou!
Mas o que pôr você; sinto tudo ou nada conseguirá mudar, o que tem que ser é o que será!
Pois o que eu sinto é e sempre será simplesmente... Os fatos pôr mais contraditórios que sejam não conseguirão mudar o que sinto, e o que eu quero verdadeiramente.

Eu lhe amo eu lhe amo mais e mais infinitamente, muito mais que até deveria realmente ainda ser.
E pôr isso mesmo; acredito que muito mais eu ainda a amarei...
E conseqüentemente sofrerei.

Eu lhe amo e quero muito mais ainda lhe amar... Sei que tudo entre nós é contra, mas mesmo assim não posso evitar.
Amo-lhe e lhe quero mais ainda amar, mesmo que tudo aparentemente me mostre que entre nós nada mais existirá, ainda assim aqui no íntimo preservo uma insistente convicção.
(coisa do desespero ou simplesmente intuição!)
Que me diz existir algo de extraordinário que nos unirá, seja hoje, amanha ou de repente: nossas almas que de tão iguais em carência, são gêmeas e dependentes em tantas instâncias!

Unidas assim em todos os aspectos, em todo espectro, na terra ou no espaço em mim ou em você, ou qualquer lugar que a gente pense...  Finalmente felizes para todo o sempre!

MOVA 16/04/1986