quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

... Um poeta

Perseverança

                       Perseverança


Já observou a atitude dos pássaros ante às adversidades?
Ficam dias e dias fazendo seu ninho, recolhendo materiais, às vezes trazidos de locais distantes...
... E quando já ele está pronto e estão preparados para por os ovos, as inclemências do tempo ou a ação do ser humano ou de algum animal destrói o que com tanto esforço se conseguiu...
O que faz o pássaro? Pára, abandona a tarefa?
De maneira nenhuma. Começa, uma outra vez, até que no ninho apareçam os primeiros ovos.
Muitas vezes, antes que nasçam os filhotes, um animal, uma criança, uma tormenta, volta a destruir o ninho, mas agora com seu precioso conteúdo...

Dói recomeçar do zero... Mas ainda assim o pássaro jamais emudece, nem retrocede, segue cantando e construindo, construindo e cantando...

Você está cansado de recomeçar, do desgaste da luta diária, da confiança traída, das metas não alcançadas quando estava a ponto de conseguir?
Mesmo que a vida o golpeie mais uma vez, não se entregue nunca, faça uma oração, ponha sua esperança na frente e avance. Não se preocupe se na batalha seja ferido, é esperado que algo assim aconteça. Junte os pedaços de sua esperança, arme-a de novo e volte a ir em frente.
Não importa o que você passe... Não desanime, siga adiante.

A vida é um desafio constante, mas vale a pena aceitá-lo. E sobretudo... Nunca deixe de cantar.

Forte Abraço,
Murilo de Sá Gesuino
Técnico em Desafios

Buracos

Buracos

Havia uma cidade que ao invés de ser habitada por pessoas, era habitada por buracos. Sim buracos viventes.

Um dia nesta cidade chegou uma nova moda:o importante é o interior, não o exterior!
E foi assim que os buracos começaram a se encher de coisas...
De ouro e jóias.
Outros, mais práticos, de eletrodomésticos.
Alguns, de arte ou instrumentos musicais.
Os intelectuais encheram-se de livros.
A maioria dos buracos encheu-se a tal ponto que não cabia mais nada e para solucionar a situação, começaram a alargar-se.

Mas um pequeno buraco percebeu que se todos fizessem o mesmo, em pouco tempo a cidade se transformaria em um único buraco... E todo mundo perderia a sua identidade.

Teve então uma idéia: pensou que uma outra forma de aumentar a sua capacidade seria aprofundar-se em lugar de alargar-se. Mas percebeu que isso ser-lhe-ia impossível por causa de tantas coisas que ele já continha! Decidiu, então, esvaziar seu conteúdo.Primeiro, teve medo do vazio, mas quando percebeu que não existia outra possibilidade, assim o fez.

Um dia, de tão profundo, achou água. Nunca antes outro buraco tinha achado água! Nesse lugar quase nem chovia e a água extra permitiu que as paredes do buraco se cobrissem de verde, e ostentasse uma linda beleza. Os outros buracos queriam a água,mas quando perceberam que teriam que se esvaziar, preferiram continuar a alargar e encher-se de coisas inúteis.

Outro buraco, no outro lado da cidade, conseguiu esvaziar e chegar à água, criando assim um oásis. Os dois buracos perceberam que a água que tinham achado era a mesma. Tinham, então, um novo ponto de contato...

A comunicação profunda que só conseguem entre si aqueles que tem a coragem de esvaziar-se de seus conteúdos e buscar, no fundo do seu ser, aquilo que têm para dar e compartilhar.

Permita-se... Conscientize-se.. Esvazie-se
Forte Abraço,
Murilo de Sá Gesuino
Técnico em Desafios


A Procura Da Verdade


A Procura Da Verdade

  
É uma semana já passou e estava só, sete dias passaram e eu procurando por ela, cento e oito horas a desejá-la, dez mil e oitenta minutos sem vê-la e seiscentos e quatro mil e oitocentos segundos sem perder a fé de ainda encontra-la.
Este é o saldo da primeira semana em que de repente me vi afastado de tudo e de todos que eu gosto e principalmente longe muitos anos luz daquela a quem mais quero junto a mim!

Ela está fora da minha vida...
Eu não sei se rio ou choro.
E eu não sei se vivo ou morro...
E isso fere como uma faca!
Ela está fora da minha vida...

A estrofe acima é a tradução parcial da letra da música que estou ouvindo agora e ela representa muito que eu estou sentindo, realmente esta música é uma pedrada e machuca gostoso bem lá no fundo do peito, ela faz arder o sangue, aperta minhas vísceras, arranhando por dentro, como se eu tivesse tomado um ácido corrosivo.
Não! Eu não sou masoquista, mas músicas assim me atingem em cheio, fazem-me  tremer nas bases, me liberam de todas as seqüelas produzidas pelas toxinas, frutos de um coração terrivelmente apaixonado mas não correspondido.
Músicas assim impulsionam meu coração em busca de um caminho que o leve a mais completa felicidade, mesmo que ela se encontre inatingível em algum lugar distante. Distante como Roma e seu lirismo.

Agora se todos os caminhos levam a Roma... Por que todos os caminhos, não levam também ao amor, já que as duas palavras são reflexos uma da outra quando as lemos de trás para frente.
Eu procuro entre todos os caminhos, aquele que me leve ao sublime amor, mas só tenho andado em círculos, perdido neste imenso labirinto de caminhos que é a natureza humana.
Emoções explodem no meu peito e não tenho meios de fazer com que ela escute, pois o som dos meus anseios não se propaga neste vácuo de razões e regras que nos separam.
Aqui, preso neste labirinto, carregando o grande peso da solidão, sem saber a direção certa a tomar, apenas com a esperança de que o próximo caminho seja aquele tão almejado. Caminho esse que levará diretamente aos  aconchegantes braços daquela que o meu coração elegeu como mulher da minha vida, mesmo quando a razão lhe foi e é contrária.

Sim, eu estou apaixonado, já não sou mais eu mesmo, estou com a síndrome do amor!
  
É, já não durmo direito, comer? Só para não desmaiar de fome, vivo a escrever estes desabafos, na minha cabeça apenas ela. Na presença dela, dá-se o colapso total, uma bobeira me ataca, me treme os joelhos, a minha respiração se altera, fico com os olhos vagos quase vesgos , começo a transpirar e confundo as palavras não conseguindo exprimir nada do que sinto.
 Na sua presença, fico enfeitiçado, embora faça o possível para não deixar transparecer o furacão que assola o meu espírito.

Eu amo muito essa mulher, sei que não poderá haver nada entre nós, mas o simples fato de sentir tudo isso me prova que estou vivo e a amar. Embora eu não tenha bens materiais de fazer invejar a alguém, possuo hoje o atualmente raro privilégio de amar alguém com todas as forças do meu âmago, ter alguém com quem ocupar os meus pensamentos, de poder sonhar acordado com ele, pois dormindo já sonho e quando isso acontecesse é uma glória, pois nos sonhos tudo é real, tão válido como são as coisas para nós quando estamos acordados!

Mas o que me dói, é ter esse alguém às vezes tão junto a mim, ao ponto de sentir sua cálida respiração, o seu calor corpóreo, o seu sorriso radiante, o suave odor de seu suor, sentir sua constante preocupação com o Maurício interior (é com o meu íntimo mesmo), tudo isso e mais o seu carinho dengoso, o seu abraço fraterno e o seu terno afago...
E eu, não poder corresponder e também dizer nada do que se passa no meu coração e dizer coisas, quanto a amo, quanto a desejo.
Ah! Como eu seria feliz se ela compartilha-se disto, se pudesse saber desse meu amor. Mas a vida continua, e o jeito, é eu continuar com muito carinho a tratar e cultivar este lindo sentimento que cresce e vive em mim, sentimento esse que me deu novo significado e propósito de vida...

Continuar e continuar, quando chegar a hora oferta-lo já desabrochado em mil pétalas cor de amor, exalando uma forte fragrância de paixão. Entretanto, sei que tenho ainda muito a sofrer nesta procura do caminho certo. Talvez nunca eu ache esse caminho, pois esse caminho é traçado pela razão e bom senso. Mas para um coração apaixonado, isto não se constituirá um problema, pois tenho certeza que o meu coração mais cedo ou mais tarde achará ou construirá o seu próprio caminho certo. Este caminho será plano, sem curvas e encruzilhadas, me levará direto para o coração dela que a esta altura já me pertencerá!
             Assim espero...
 MOVA 27/12/1982

Introspecção


Introspecção

       Aqui, deitado em minha cama, vitimado por mais um ataque de insônia, fico a escrever, sobre tudo e sobre nada, ao som de Spot Light, um som lento que me agrada muito. Nada entendo da letra, mas sua musicalidade estimula os meus sentidos, pondo-me a pensar sobre as coisas que me afligem a alma... Esta fita que está tocando eu a gravei há poucos dias, nela consegui reunir várias músicas lentas e românticas, músicas novas e antigas bem ao meu gosto, que como você deve saber é um tanto melancólico.

Sabe? Estas fitas que possuo e gravo, são como se fossem uma, outra maneira de dizer e mostrar os meus sentimentos. Elas sabem como dizer o que sinto. Sabem dizer sobre o amor, sobre a esperança e principalmente sobre os meus sonhos e desejos.
Mas o que elas não conseguem dizer, para você ou qualquer pessoa, é o quanto sou só, o quanto sofro sem ter alguém, que mesmo sem compromisso de qualquer espécie, eu pudesse contar nestes meus momentos de angustias.

Vê se você entende o que quero dizer. Por exemplo: agora neste momento eu preciso muito mesmo de alguém que me escute, eu sei que tenho você através destas linhas, mas quando você estiver lendo-as não sei quando, os meus sentimentos provavelmente já serão outros! Viu?

Na realidade estou só! Amando, sofrendo, mas terrivelmente só, e nem lhe posso falar em detalhes sobre esse amor, pois você conhece a pessoa e sabendo a respeito, sem querer talvez você possa alterar o rumo natural das coisas, tornando mais difícil para mim, aceitar a distância hoje existente entre nós.
Só posso lhe dizer que ela é uma pessoa maravilhosa a quem eu gostaria muito de me unir, de cobrir-lhe de beijos, sermos um só.

Realmente eu não sei o que fazer para que isso aconteça, pois existe uma imensa barreira entre nós, e só o tempo como ferramenta para transpo-la.
Estou escrevendo agora, para desabafar um pouco esta saudade que há em mim, esta dor que arde em meu peito, espero que me entenda e que não se chateie com isso, pois eu tenho você neste momento para conversar, mesmo sendo através deste pensamento, já que a gente não tem mesmo muito tempo para conversar no dia a dia.

Saca menina, como foi o meu dia hoje... Eu hoje acordei às 19,30hs é eu sei que sou preguiçoso, mas não deu mesmo para eu acordar mais cedo, pois eu havia ficado sem dormir durante dois dias praticamente. Sonolento ainda eu fui jantar ou seria almoçar?

Rapidamente a me preparar para sair, para ver se recuperava um pouco o dia perdido. Sem destino e só, com pouco dinheiro no bolso e uma crescente saudade no peito, dirigi-me para o centro de Niterói. E lá curti um cafezinho no Snoop bar, enquanto olhava a multidão que se espremia. Caminhei para o terminal sul e tomei o ônibus 53 sentei junto à janela e pus-me a fitar o trajeto que se seguia, com os olhos vagos automaticamente acendi um cigarro e entretido em meus pensamentos; cheguei em frente à UFF, rapidamente dei sinal e desci à praia. Pus-me a caminhar por Icaraí, rodei por todas as ruas que costumava a andar antigamente nos meus dias de solidão.

Eu estava no meu papel de espectador da vida, perambulando pelas ruas, observando as pessoas que indiferentes passavam por mim, olhando os carros e os prédios, lembrando de fatos já acontecidos anteriormente e que hoje jazem no fundo da minha lembrança. E assim eu ia devagar triste e absorto, mas principalmente, com uma absurda esperança de encontrar-me com ela!

É existe a probabilidade! Tal como acontece nos filmes, havia uma chance de encontrá-la nas ruas e realmente eu teria sido feliz se tal acontecesse.
Sei que eu sou um sonhador, mas apenas possibilidade de encontrá-la já preenchia um pouco o vazio da certeza desta realidade tão fria que me dizia não ser possível tal encontro... E ela não mentia.

Já tinha andado muito e nada do encontro, então resolvi forçar o destino caminhando em direção a casa dela, só para que de longe com um pouco de sorte pudesse ao menos vislumbrar sua imagem quando ela cruzasse por uma janela. Mas estava sem sorte, pois esperei ao longe durante uma eternidade em vão!

           Desiludido, voltei em direção à praia, caminhei bastante e em frente à pedra do Índio, sentei-me de frente ao mar, recostando-me num poste de iluminação, acendi outro cigarro e quedei-me por um pouco mais de uma hora a fitar o mar, que ao longe estava negro como o cosmo que nos encobria e perto a mim, claro e despudorado, iluminado pela nova iluminação a mostrar-me o seu fundo cheio de pequenas pedras e algas marinhas e com seu ritimado embalo das ondas, que hipnotizava-me os pensamentos.

Tudo, tudo estava a combinar comigo, já era tarde mais de meia noite, ninguém nas ruas, um ou outro carro vagava solitário, uma temperatura morna, um vento úmido pelo orvalho e maresia soprava em meus ouvidos, uma chuva fina que caía do céu chorão salpicava em meu rosto e eu estava só!

Faltava apenas uma melodia para compor uma cena desses filmes de dor de cotovelo. E realmente eu estou com dor de cotovelo! Pois ontem mesmo, (sabe que dia foi ontem?) Eu estive junto dela pela última vez este ano. É, foi muito bom enquanto durou e triste também pela certeza de que agora eu sei que terei muitos dias pela frente para rodar e rodar por aí à fora sozinho, tendo como companhia somente a esperança de encontra-la algum dia por uma coincidência da vida, enquanto ela não volta às aulas e por isso tudo, estou aqui a desabafar com você, espero que me compreenda.

Desde já obrigado...

MOVA  20/12/1982

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Tim Tim!


Tim! Tim!

Noite de natal, noite de festa
Nas ruas do meu percurso uma sina
Com a respiração suspensa...
Em cada canto em cada fresta,
Procuro, procuro pôr você menina


Noite de natal. Noite de paz
No escuro do céu em contraste,
Vejo o brilho dos seus olhos...
Dois pontos distantes a piscarem para mim lágrimas de luz e solidão
Lágrimas translúcidas que me brindam ao coração.

Noite de natal, noite de ceia entre brindes. Beijos e abraços...
A barriga cheia.
Entre guardanapos, talheres e taças de cristal...
Cá fora uma alma solitária grita para si, é natal, é natal!

Noite de natal. Noite de amor
Tão grande e festiva...
Mas incapaz de esconder minha dor.
Noite que pôr sorte ou conveniência chega ao fim...
Para esconder de mim
Sua ausência amor

                                    Tim! Tim!
 MOVA 23/12/1983

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

E se eu pudesse entrar na sua vida? - Monique Frebell

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E se eu pudesse entrar na sua vida?
Eu teria liberdade de ação?
Poderia ver-te, sem pressa, todo dia?
Poderia abraçar-te?
Sentir o teu corpo no meu?
Sentir a tua mão na minha?
Não sentir meus pés no chão?
Não sentir o mundo à volta?
Subir no teu colo e em teus braços ser envolta?

Eu teria acesso à tua intimidade?
Poderia usar tuas roupas íntimas?
Sujá-las? Lavá-las?
Perfumá-las com meu cheiro?
Dormir contigo sob um lençol macio?
Sob paz?
Sem culpa? Sem crise?
Nem cobrança, nem medo?
E não pensar em mais nada?
Deixar rolar? Viver o momento?

Seria eterno? Seria pleno?
Seria infinito? Seria maldito?
Haveria segredos? Haveria disputas?
Seria mágico ou trágico?
Seria encanto ou pranto?
Seria errado? Seria certo?
Seria breve ou completo?
Seria meu?
Seria dela?
Seria deles?
Como seria?
E se eu pudesse entrar na sua vida?

Monique Frebell

Concederia - Thais Brazil

Concederia
Se eu pudesse lhe dar alguma coisa, na qual dinheiro nenhum compra... 
Daria-te aquilo que te faz feliz,
Que te faz sorrir como uma criança, 
Porque nada nesse mundo é tão encantador como um sorriso sincero e merecedor.
Iria além, te daria um dia de tristeza...
Pra quem sabe assim no dia seguinte você fosse capaz de dar valor a um dia de alegria!
Concederia-lhe um desejo...
Qualquer um!
Loucura? NÂO!
Porque você mais do que ninguém DEVE sabe o que é melhor pra si mesmo!
Daria-te um minuto de fama... Para que você pudesse expor seus sentimentos de tal maneira que o mundo todo teria conhecimento!
Conceder-lhe-ia um sonho...
Mas aquele sonho que você acreditava que sempre foi capaz de alcançar, só bastava o empurrãozinho de alguém...!
Daria-lhe a oportunidade de dividir um amor sincero com alguém, até porque poucos têm o privilegio de amar e ser amado!
E junto com isso lhe daria a vantagem de ser perdoado por alguém, e o direito de perdoar alguém também! O perdão completo e verdadeiro de alguém é lindo, mas só sendo completo! Enfim quem sou eu pra falar de perdão?!
E por ultimo, mas não menos importante... Concederia-lhe uma única pergunta pra qualquer pessoa no mundo, porém com um critério: Essa pergunta teria uma resposta cujo significado seria capaz de mudar o destino da sua vida!
Caberia a você querer utilizá-la... ou não...???!
Talvez nada disso seja o que você deseja,
Mas quem disse que eu iria te dar o que você quer?
Pelo contrario, eu te daria aquilo que EU quero pra você!
E o que eu quero?
Depois de tudo isso que eu lhe desejei... Cabe a você saber, ou pelo menos tentar entender!

Mas enfim, infelizmente eu não tenho poder algum, pra te conceder tudo isso que foi dito. Hoje acredito que a única coisa que posso realmente te desejar... é uma coisa que muitas pessoas com certeza já lhe desejaram.
“Felicidades” em todos os momentos de sua vida!

Thais Brazil

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Se... - Mahatma Gandhi

Se... 

Se eu pudesse deixar algum presente a você,
deixaria acesso ao sentimento de amar a vida dos seres humanos. 
A consciência de aprender tudo o que foi ensinado pelo tempo afora... 
Lembraria os erros que foram cometidos para que não mais se repetissem. 
A capacidade de escolher novos rumos. 
Deixaria para você, se pudesse, o respeito àquilo que é indispensável:

Além do pão, o trabalho. 
Além do trabalho, a ação. 
E, quando tudo mais faltasse, um segredo: 
O de buscar no interior de si mesmo a resposta e a força para encontrar a saída."

Mahatma Gandhi 

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Frase do Dia

Saudade é um sentimento que quando não cabe no coração, escorre pelos olhos.
  Bob Marley

As sem-razões do amor

As sem-razões do amor

Eu te amo porque te amo,
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.

Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.

Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.

Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.
Carlos Drummond de Andrade

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

O medo do Amor


O medo do Amor

Medo de amar? Parece absurdo, com tantos outros medos que temos que enfrentar: medo da violência, medo da inadimplência, e a não menos temida solidão, que é o que nos faz buscar relacionamentos. Mas absurdo ou não, o medo de amar se instala entre as nossas vértebras e a gente sabe por quê.

O amor, tão nobre, tão denso, tão intenso, acaba. Rasga a gente por dentro, faz um corte profundo que vai do peito até a virilha, o amor se encerra bruscamente porque de repente uma terceira pessoa surgiu ou simplesmente porque não há mais interesse ou atração, sei lá, vá saber o que interrompe um sentimento, é mistério indecifrável. Mas o amor termina, mal-agradecido, termina, e termina só de um lado, nunca se encerra em dois corações ao mesmo tempo, desacelera um antes do outro, e vai um pouco de dor pra cada canto. Dói em quem tomou a iniciativa de romper, porque romper não é fácil, quebrar rotinas é sempre traumático. Além do amor existe a amizade que permanece e a presença com que se acostuma, romper um amor não é bobagem, é fato de grande responsabilidade, é uma ferida que se abre no corpo do outro, no afeto do outro, e em si próprio, ainda que com menos gravidade.

E ter o amor rejeitado, nem se fala, é fratura exposta, definhamos em público, encolhemos a alma, quase desejamos uma violência qualquer vinda da rua para esquecermos dessa violência vinda do tempo gasto e vivido, esse assalto em que nos roubaram tudo, o amor e o que vem com ele, confiança e estabilidade. Sem o amor, nada resta, a crença se desfaz, o romantismo perde o sentido, músicas idiotas nos fazem chorar dentro do carro.

Passa a dor do amor, vem a trégua, o coração limpo de novo, os olhos novamente secos, a boca vazia. Nada de bom está acontecendo, mas também nada de ruim. Um novo amor? Nem pensar. Medo, respondemos.

Que corajosos somos nós, que apesar de um medo tão justificado, amamos outra vez e todas as vezes que o amor nos chama, fingindo um pouco de resistência mas sabendo que para sempre é impossível recusá-lo.
Martha Medeiros

Ternura


Ternura

Eu te peço perdão por te amar de repente
Embora o meu amor
seja uma velha canção nos teus ouvidos
Das horas que passei à sombra dos teus gestos
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos
Das noites que vivi acalentando
Pela graça indizível
dos teus passos eternamente fugindo
Trago a doçura
dos que aceitam melancolicamente.
E posso te dizer
que o grande afeto que te deixo
Não traz o exaspero das lágrimas
nem a fascinação das promessas
Nem as misteriosas palavras
dos véus da alma...
É um sossego, uma unção,
um transbordamento de carícias
E só te pede que te repouses quieta,
muito quieta
E deixes que as mãos cálidas da noite
encontrem sem fatalidade
o olhar estático da aurora.
Vinícius de Moraes

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Sonhar

SONHAR
Sonhar

Aprender a sonhar é um
dos aprendizados mais
gratificantes de nossas vidas.

Mas aprender a sonhar como?
sonhando, sonhando
e tendo fé que vai realizar...

Sonhando você sente a
ternura quase impalpável, do
amor translúcido, qual
uma pedra de cristal.

Sonhar é ter sempre a
esperança no coração
de algo que você almeja muito.

Enfim sonhar é mágico,
pois eleva você ao mais
alto astral, são a alma e
coração juntos a torcer
pela realidade.
Sonhar, sonhador,
sonhando e sonhar!!!

by Anna Rebello

Pescado do Blog semprealegria.com

Salto No Tempo


Salto No Tempo

São Gonçalo Sexta Feira 13 De Agosto De 1982

A uma menina muito especial

Oi menina! Faz tempo que penso em escrever-lhe, e você até pode pensar que eu não escrevi para você antes por que eu não quis. Não a culpo e aqui me desculpo, escrevendo-lhe tudo o que neste dias estive a pensar, a observar, a sonhar, desejar e também a sofrer... Todas estas coisas que escrevo, estão a me sufocar o peito, a queimar por dentro, se enraizando, crescendo em minhas entranhas, se expandindo em todas as direções, sugando-me a vida. E eu estou à muito, a espera de um momento mágico em que eu possa po-las à tona, transformadas em sinais gráficos totalmente submissas e perfeitamente alinhadas para uma melhor comunicação entre nós.
Tantas coisas eu pensei nestes dias, quantas coisas para conversar-mos, mas eu estava só! Sim eu estava só, perdido dentro de mim, enforcado nos meus grilos, escondido deste mundo, que a cada dia fica mais confuso no meu íntimo.
Puxa! Como é difícil escrever o que sinto agora, eu penso em algo, mas só consigo escrever coisas para lê-las de valor apenas subjetivo ao pensamento original, as coisas que eu queria dizer; não consigo registrar...


Um certo tempo depois...


São Gonçalo quarta feira 1° de Dezembro de 1982

A uma menina muito especial (continuação)

É, o tempo é muito relativo, três meses e meio separam estas linhas, uma eternidade se considerar-mos os milhares de segundos pingados como pingos de uma goteira de uma bica mau fechada. Mas aqui, no presente, ao reler o início do pensamento anterior, que não lhe enviei, descubro como mágica, como o tempo voa, e passa disfarçado de presente eterno aos nossos olhos e não nos apercebemos disso. E o triste, você reparará de como somos instáveis, distraídos e não senhores de nós mesmos e de como temos a tendência de esquecer coisas. Reparará que o nosso estado de espírito na época estava alerta sempre a cobrar um próximo bilhete, e que bastou passar N tempo para que nos esquecêssemos deste meio de comunicação.
Ao reler o pensamento anterior, o meu coração disparou, dando-me uma sensação de perda, de um longo período em coma, alheio ao tempo que passava de ausência enfim. Agora escrevo estas sem saber o que dizer, sem imaginar o grau de receptividade seu e se estou fazendo papel de tolo. Sabe? Neste tempo que passou, tantas coisas me aconteceram e nada escrevi, mas também você nada me cobrou e ao pegar nesta caneta agora, sinto como se eu estivesse me intrometendo no seu mundo, assim meio de sola, sem pedir licença. Talvez eu esteja enganado, mas realmente parece que estou sendo nostálgico, vivendo no passado. Se for o caso não tem problema, você me escreve dizendo e eu corto essa de escrever estas coisas sem pé nem cabeça! Ta legal?

MOVA 13/08/1982