quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Porque É Tempo


Porque É Tempo

Parei no tempo,
Para ter tempo;
Tempo de respirar.

Parei no tempo,
Para não ter tempo;
Tempo de pensar.

Parei no tempo,
Há muito tempo;
Tempo demais para calcular.

Parei no tempo,
Naquele tempo;
Tempo exato de parar.

Parei no tempo,
Porque é tempo;
Tempo de dar um tempo ao tempo.

Parei no tempo,
Para recuperar-me de todo o tempo;
Que não tive tempo para viver...
Um tempo frio, um tempo triste, um tempo sem amor,
Era aquele tempo todo sem você!

MOVA 07/05/198

Mão Única


Mão Única


Uma eternidade assim me parece ser, todo este ingrato percurso que na estrada do tempo. Tenho de transpor inexoravelmente devagarzinho.


Uma eternidade triste prá valer, em busca vã de um simples, mas oculto caminho.
Coisa tão banal; podem me dizer, mas que na sua falta a mim tão essencial!


Muitas curvas ladearam-me com indesejável carinho.
E subidas íngremes sem conta...
Dificultaram-me de seguir feliz o meu veemente destino.


Mas a cada passo, a cada segundo, uma força incompreendida, ajuda-me
a galgar as dificuldades do mundo...
Arrancando-me lá do fundo uma coragem desmedida.


Coragem insurgida contra a sina de viver neste mundo cão. A deriva,
A mercê; não sei do que... E a procura de uma solução para o meu sofrer.

Coragem que hoje julgo até descabida. Pois sem encontrar sobremaneira há tanto tempo que eu me lembre... Retornos ou desvios que me mudem a direção e a vida..
Para que a coragem? Se só existe esta hermética estrada de mão única, que me leva e levará em frente sempre!


MOVA 05/05/1985

Pressentimento


Pressentimento

Nesta noite esquecerei literalmente,
Da realidade, da tristeza da angustia e da solidão.
Entrementes, brincarei comigo mesmo de faz de conta.
Materializando dentro do meu mundo (quarto), os meus sonhos e desejos.
Banindo do meu íntimo, resquícios insistentes de toda e qualquer antiga frustração...

Pôr, esta noite; darei corpo numa medida urgente, as idéias não proferidas que tenho há tanto em mente, darei sentido a minha vida e a minha senda...

Esta noite foi a escolhida para curar-me da fleuma desmedida...
Que mantém a margem da humana celeuma.
E pôr isso somente: noite para jamais ser esquecida!

Noite reflexiva, noite longe de ser passiva,
Ubíqua presença que se manifesta de mansinho,
Rainha das trevas que me encobre com carinho.

Noite esta; até mesmo meio irreal,
Noite com ar sepulcral... Silenciosa se apresenta.
Indubitavelmente abraçando-me em seu seio.
Felizmente me induzindo ao devaneio...
Noite misteriosa noite misericordiosa. Delicadamente me afastando do meu meio.
Num inexorável passeio que jamais esquecerei... Pôr sê-lo o derradeiro.

MOVA 30/04/1985

Paradoxal Martírio


Paradoxal Martírio


Amar-lhe Foi A Força Forte,
Que Pôr Pura Ironia Ou Duvidosa Sorte.
Tornou-me Inconsciente Da Fraqueza Minha,
Perante A Dor Da Agonia Que Sempre Me Atinge Na Ausência Sua.
Seja Numa Calma Noite, Seja Num Turbulento Dia!

E A Esperança, Foi-me Então A Armadilha Fatal,
Que Desarmou Num Simples Mas Veemente Desejar.
Todas As Defesas Naturais Que Me Poupariam Prontamente,
Dos Previsíveis Sofrimentos Que Atingiriam O Meu Coração...
Desde Que Inevitavelmente Passei A Lhe Amar, Desejar E Esperar.

Amar-lhe Foi Como Posso Lhe Dizer?
Assim Como Nascer!  Assim Como Morrer!

Morrer Para Toda Uma Era De Incomensurável Vazio.
E Nascer Para Toda Uma Nova Vida.
Só Que De Paradoxal Martírio Enfim: De Tristes Desígnios.

Martírio Pôr Apesar De Você Me Ser Proibida, Ainda Assim Lhe Desejar Tanto.
Martírio Pôr Uma Infinda Tristeza Duramente Garantida...
Pôr não Ter-lhe Com Certeza:
Um Dia Minha A Enxugar-me O Pranto... A Curar-me A Ferida!

MOVA 23/04/1985

Amargo Desnovelo



Amargo Desnovelo

Amar-lhe muito, tornou-se uma tônica no meu dia a dia.
Fiz desse amor a minha eloqüente profissão.
Trabalhei muito e lutei deveras... Para pouco conseguir depois de tanto.

Amei-lhe todos os dias sem exceção, varei noites sem conta.
Percorrendo labirínticas ruas, cultivando fantasias idílicas que concomitantemente,
fomentavam-me desesperadas e cupidinosas esperanças.
Que pôr sua vez instigavam-me a dar mais um passo, na busca frenética
quase patética que eu sem alternativas dava!

Mas tudo em vão, pois sem nunca tela encontrado, vivo ainda hoje frustrado.
Virei-me do avesso transtornado pôr esse infeliz destino
de amar sem ser correspondido, mal que até hoje padeço, mesmo sem ter sentido!

Amargo desnovelo a mim, se apresenta, assim tão cruel...
Apontado, gritado e grifado, pela realidade inflexível e intransigente
­que não me deixa duvidar que entre tanta gente, fui logo escolher,
a pessoa menos indicada para amar.
Pois você minha cara infelizmente já é comprometida e para mim...
Eu sei! Nunca vai olhar!


MOVA 17/04/1985

Se, Se, Se...


Se, Se, Se...

Se tudo o que existe, fosse um nada absoluto,
Nada eu estaria sentindo...
E nem mesmo saberia: se eu estaria morto ou vivo!

Mas o nada que há entre nós, concomitantemente me é tudo!
E sou eu quem diz: duvido se no fundo sou até sortudo... Pôr nada entre nós existir. Pois é irônico saber que estou vivo... Apenas porque na sua ausência tanta coisa me faz assim sentir!

Se não fosse você existir entranhada em tudo que eu desejo, talvez agora, eu não estivesse a transmitir em palavras amargas, tudo o que de mais triste em mim coexiste! Pôr outro lado, se não fosse a irracional falta sua,
Que eu sinto em todos os momentos, como saberia verdadeiramente o quanto você me é importante... Assim cada vez mais importante! Entrementes a sua ausência sem cabimento!

Se eu não estivesse drasticamente viciado em você,
Não estaria também irremediavelmente sofrendo tanto.
Mas paradoxalmente não teria conhecido tantas inebriantes loucuras. Que nos meus inúmeros sonhos dourados, aflorava-me desenfreadas ante a perspectiva fantasiosa
De lhe amar no que eu canto...

Se você não existe só nos meus pensamentos.
Se eu já não estou entre tudo louco, agora eu a teria minha no arroubo de um abraço... Sem mais a angustia daquele argumento...
Da distância no tempo e no espaço.

Se você realmente existe, coisa que não mais acredito...
A onde está à esta hora?
Se não a toco, se não a vejo, se não a tenho...
A não ser, só ao seu silêncio!

MOVA 05/04/1985

Sob O Signo Do Seu Encanto


Sob O Signo Do Seu Encanto

Houve uma vez, não muito tempo atrás,
Uma explosão no céu cinzento do meu dia a dia.
Um sol radiante nascera!
Clareando-me a vida, descortinando-me o horizonte e a alegria.

Um sol tão intenso, com a sua incandescente massa de plena beleza, com sua coroa flamejante lá do alto irradiando infinita pureza e com seu imenso e ardente campo magnético fazendo-me prisioneiro lépido da sua harmonia! Nascera um sol amigo, astro rei, brilhando sobre mim, bronzeando-me nos seus lânguidos raios de fervilhante euforia.

Você minha estrela de primeira grandeza, serenamente tremeluzindo eterna e terna no meu firmamento você carinhosamente reluzindo e me sorrindo assim misteriosa desde que a conheci até este momento.

Astronômicas fantasias nasceram-me sob o signo do seu encanto.
Gigantescas revoluções mudaram o destino do meu universo... E
Diferentes sensações se manifestam então no que eu canto, enquanto
Arriscadas revelações me escapam desfraldadas nestes versos.

Eu lhe amo!

Mas essas minhas palavras rapidamente se queimam,
Paradoxalmente voláteis sob a chama intensa deste mesmo amor.
Em todas as vezes que inadvertidamente, tento proferi-las, para dizer-lhe o quanto eu gosto de você... Pois a realidade me exibe e também exige!...
E a bem da verdade: entre nós nada haverá... Nada existe!

E isso queima! E me deixa triste!

E nada eu podendo fazer para mudar, angustiadamente fico aqui apenas a escrever.  A escrever e sonhando, sobre este universo faiscante que me é você!
Vejo-me, rodopiando pelos seus dias numa rotação frenética até mesmo febril, inutilmente imaginando como seria num futuro, o nosso encontro e união, mesmo sabendo de antemão da impossibilidade de tal fato.

Mas ainda assim muito eu lhe amo e hei de amar, e num movimento camuflado de translação ora me afastando, ora me aproximando em torno de você, sempre necessitarei circular. Circulando fiel, estarei muito lhe amando, mas...
Eclipsando-lhe meus sentimentos, ocultando-os pôr trás do sólido obstáculo interposto pela razão!
Estarei seguindo-a como se eu fosse o seu satélite natural.
Numa órbita estável para todo o sempre. Atraído irremediavelmente pelo cosmos de um destino, apenas, pela força sutil, mas poderosa do seu encanto!
MOVA 01/04/1985

Feliz Cidade

Feliz Cidade


Ser feliz é não sermos prisioneiros.
Prisioneiro de uma mórbida obsessão de perseguir a felicidade.
Ser feliz pode ser:
Entrarmos num carro e sem destino rodar e rodar pela cidade.

Ser feliz não é sinônimo de agitação
Nem de em torno de nós muitas amizades!
Ser feliz pode nos acontecer...
Quando sozinhos presenciamos a noite que se aproxima,
Pôr trás de um exuberante entardecer

Ser feliz também nada tem haver com a idade
Pois sempre é hora para sermos felizes...
Seja na decrépita velhice, seja na fugaz mocidade
Quem pensar diferente será pôr burrice? Ou será pôr não conhecer tal verdade!

Ser feliz não é uma obra do acaso.
Ser infeliz não é também obra da fatalidade
Apenas em ambos os casos, aconteceu de enxergarmos ou não...
De todos os fatos... O valor da sua realidade!

Ser feliz mais do que se buscar selo loucamente.
Tem-se antes que sentir e deixar chegar naturalmente!
Ser feliz...
Mais do que se brigar com o mundo e nele só enxergar maldade.
É  fazer-se as pazes com a vida com toda a sinceridade.
Para conhecermos então, pela primeira vez...  A (feliz cidade) que existe à nossa volta, quando finalmente enxergarmos tudo de bom que ela pode nos dar, inclusive:
A felicidade!

MOVA 28/03/1985

Cansado

Cansado

Eu queria... Eu quero dizer para você,
Nem que seja através destas, que eu estou esmorecendo,
Tendo o meu brilho aos poucos falhando, aos poucos desvanecendo...
Que a minha personalidade combalida, se desintegrando está de tão sofrida.
E pôr mais que eu procure não vislumbra se quer uma saída!

Preciso lhe dizer me agarrando a um fiapo remanescente de esperança,
Coisa mil que me ferem e que desesperado tento. Tento derradeiramente nestas,
Buscar auxílio ao dividi-las... Com você!
Talvez se eu pudesse num pranto copioso tudo desabafar,
Não estivesse nesta situação melindrosa em que eu como um reles mendicante,
Estou através de súplicas lamurientas a lhe incomodar... A lhe implorar!

Minha amiga! Meu amor!
Tudo na minha vida em algum lugar do passado...
Começou gradativamente a perder o sabor.
Apartando-me a felicidade, massacrando-me em dor.

Privado da alegria, me proibida às lágrimas,
Vazio trilho com o ego ferido questionando-me se ainda sou humano
ou um ser transformado numa maquina fria de frio destino!

Quero ainda lhe dizer: que estou cansado!
Cansado de tanto não viver
Cansado de procurar me fazer entender.
Cansado de gritar em vão que eu existo, eu estou!
Cansado de sonhar e imaginar que dessa vez, ou desta vez alguém vai me ouvir...
O coração!
Cansado de buscar um ombro amigo e um afago mesmo que piedoso, mas
que me deflagrassem enfim as tão esperadas lágrimas, que desatariam sem dúvidas
o nó que me estrangula a alma!

Cansado de ver a corda que me prende a vida, a cada dia arrebentando um fio
e ninguém pôr perto para ajudar!
Cansado de sutilmente pedir socorro estampado na cara.
Cansado de humildemente pedir migalha!
Cansado de depois de tantas vezes desistir de lutar, mais uma vez
compulsivamente tentar e inutilmente esperar.
Que você de algum jeito da minha agonia em socorro venha me tirar!
Cansado também de saber: que eu sem ter alguém há tanto tempo para me ajudar... Também de viver: acabei cansado!

Mova  24/03/1985

Essa Loucura Chamada Vida

Essa Loucura Chamada Vida

Estranha força
Sedutora manifesta-se frenética,
Seguidas vezes no decorrer
Anônimo do dia a dia.

Louca ebulição leva-nos num frenesi, ao extremo da razão.
Ocultando-nos às vezes o sentido confortante da direção oposta.
Urdidamente clamada pelo coração...
Cansaço pleno do corpo então se manifesta quando.
Utópicos anseios  são  desgastados pela
Realidade voraz que
Açambarcante dos pensamentos exclui-nos todos os devaneios...

Chama quase elétrica,
Herdada ulteriormente a concepção.
Alfa divina que pulula rejuvenescedora em nós;
Movimentando-nos em direção a salvação,
Ardendo plena no sangue viva, pulsando de acordo e em meio a diástole
Distribuída em múltiplos capilares,
Aniquilando dores e males...

Vertiginoso manancial de energia que a todos supre.
Irradiando de uma fonte universal uma força de
Descomunal euforia para enfrentar-mos com doçura desmedida o que vier no que
Assim chamamos de... Essa loucura chamada vida!

Mova 20/03/1985

Eu te amo!

Meu amor & eu

Meu amor & eu estáticos na foto mas não apáticos!

Meu amor & eu dois corações interligados


Confesso...

Meu amor & eu

Meu amor muito antes de me conhecer


Mauricio & Luciana

Depoimento para Luciana meu amor

Depoimento para Luciana meu amor

Depoimento para Luciana meu amor

Meu amor & eu Divertindo-nos na Net

Meu amor & eu