quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Se, Se, Se...


Se, Se, Se...

Se tudo o que existe, fosse um nada absoluto,
Nada eu estaria sentindo...
E nem mesmo saberia: se eu estaria morto ou vivo!

Mas o nada que há entre nós, concomitantemente me é tudo!
E sou eu quem diz: duvido se no fundo sou até sortudo... Pôr nada entre nós existir. Pois é irônico saber que estou vivo... Apenas porque na sua ausência tanta coisa me faz assim sentir!

Se não fosse você existir entranhada em tudo que eu desejo, talvez agora, eu não estivesse a transmitir em palavras amargas, tudo o que de mais triste em mim coexiste! Pôr outro lado, se não fosse a irracional falta sua,
Que eu sinto em todos os momentos, como saberia verdadeiramente o quanto você me é importante... Assim cada vez mais importante! Entrementes a sua ausência sem cabimento!

Se eu não estivesse drasticamente viciado em você,
Não estaria também irremediavelmente sofrendo tanto.
Mas paradoxalmente não teria conhecido tantas inebriantes loucuras. Que nos meus inúmeros sonhos dourados, aflorava-me desenfreadas ante a perspectiva fantasiosa
De lhe amar no que eu canto...

Se você não existe só nos meus pensamentos.
Se eu já não estou entre tudo louco, agora eu a teria minha no arroubo de um abraço... Sem mais a angustia daquele argumento...
Da distância no tempo e no espaço.

Se você realmente existe, coisa que não mais acredito...
A onde está à esta hora?
Se não a toco, se não a vejo, se não a tenho...
A não ser, só ao seu silêncio!

MOVA 05/04/1985

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