sábado, 20 de novembro de 2010

Apenas Andando



Apenas Andando

Dentro de uma madrugada agora eu me encontro,
Caminho solitário pôr estas ruas desertas, sem, mas e nem porquês.
Apenas andando, sem razão consciência ou destino... Mas para frente sempre!
Um minuto desponta no meu caminho, aproxima-se de mim convergindo lentamente e sem importar-se, passa pôr mim e se perde na escuridão...
Outro e mais outros minutos tão banais,
Em seguida juntam-se a ele numa estranha procissão.
Não os olhos, não os conto... Não preciso deles...
E em frente continuo o meu caminho!
Absorto em minhas dores e mágoas absorvo o frio desta madrugada...
Em cada suspiro distraído do meu coração, ah! Quanta falta você me fás!
Você que como esta noite tanto me absorveu.
Você que tanto me envolveu, que tanto se deu...
Mas que num dia em nossas vidas tal como se dará à esta madrugada...
Num triste amanhecer silenciosa e furtiva...
Partiu! Sem ao menos num bilhete dizer adeus...
Após tanto tempo, hoje não tenho nem mais a esperança
De um dia você voltar tal como esta madrugada
Que após um longo e extenuante dia de sol
Seguido talvez de uma esquálida noite sem luar...
Devagar sem pressa, mas com certeza de chegar.
Finalmente em minha vida mais uma vez iria entrar.
Agora mais um minuto desponta à minha frente,
Um minuto marcante um minuto diferente encarregado de completar as horas amenas desta madrugada e como os anteriores também se foi... Também escoou!
Paro pôr um momento no meio fio de uma calçada,
Com as mãos nos bolsos levanto a cabeça aos céus
E deixo-me amargurado ficar e a chuva fina escorrer
Pelas minhas faces levando a roldão misturado.
Estas amargas lágrimas que teimosamente o meu coração...
Força aos meus olhos sofridos verterem.
Deixo-me refrescar... Agora mais aliviado,
Curtindo a chuva e o vento no meu rosto molhado.
Afastando aos poucos dos meus pensamentos a sua ausência
E nos pingos da chuva purificadora estou minhas mágoas afogando...
Dentro de uma madrugada ainda me encontro.
Caminho solitário pôr estas ruas desertas sem, mas e nem porquês.
Apenas andando, sem razões, consciência ou destino...
Para frente... Sempre!

                                                                                   MOVA 04/04/1984

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