quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Um dia na praia

Um Dia Na Praia
  
Na falta de um lápis e de um papel para expressar o que eu sinto pôr você amor, é que em minha mente a imaginação se põem a trabalhar... Aqui sentado a beira mar, sentindo o contato da areia quente em minha pele e o de uma leve brisa a me embalar... É que fico absorto em meus pensamentos, hipnotizado pelos reflexos do sol no azul do mar. Reflexos de prata esses, que tanto me ofuscam a visão!

Assim cego pelas maravilhas da natureza, deixo-me ser possuído, pelas suas belas manifestações... Paralelamente uma onda de calor abrasa-me o corpo, enquanto uma acanhada marola banha-me os pés. Trazendo-me calafrios refrescantes.
Confortavelmente instalado, com o meu corpo bronzeado e bombardeado de prazeres de um dia de verão... É que aqui dentro de mim uma dor se destaca! Uma dor aguda e triste. Que a principio me era oculta e latente... E que agora terrivelmente, se faz presente, trazendo-me num repente. Toda a consciência do fato de você me ser ausente!

Ausente aos meus sentidos, ausente aos meus pedidos... Bem distante você está, já que defasados no tempo e nos anseios nós nos encontramos. Pois o que eu sinto pôr você hoje, não é o mesmo que você sente pôr mim agora, talvez, você o sinta amanhã ou depois... Ou quem sabe? Já o sentiu antes pôr mim? E assim ambos vivemos a mesma época, porém em tempos diferentes!

A fim de fugir destes pensamentos, a fim de afogar esta dor, e acalmar meu sofrimento... É que de um salto mergulho no oceano e em sua profundidade me escondo das minhas próprias angústias... Braçadas vigorosas me deslocam mais e mais ao fundo. E pôr alguns débeis segundos, deixo-me envolver pela escuridão das águas... Dela extraindo sua paz renovadora, quase desejando aqui permanecer eternamente em suspensão! Ao se esgotarem minhas parcas reservas de oxigênio, com os pulmões ardendo... Num último esforço despeço-me da quietude do fundo do mar parto exaurido de ar e, num forte impulso. Desloco-me até atingir a superfície...

Aspiro então um misto de ar e luz vida e esperança... Penso em lhe escrever, dizer-lhe o que sinto agora!... Mas como? Sem papel e lápis!  E como também lhe encontraria?
De novo faço uso da imaginação e pego num raio dourado do sol e no azul anil do céu traço minha mensagem sobre a linha do horizonte. Onde a qualquer momento. Em qualquer tempo e em todas as épocas... Você poderá ler o que hoje lhe deixei gravado. Pois você estará lendo com os olhos de quem ama, com os mesmos olhos de quem escreveu acreditando, que um dia será possível ser amado pôr você. O mesmo alguém que com a tinta amarela de um raio de sol, escreveu na página azul celeste, palavras brilhantes de calor e luz, palavras de doce sabor. Palavras que mesmo sem sons revelam seu ardor. Este alguém que pôr todo o horizonte pontilhou o céu com apenas uma palavra... Amor!

MOVA 11/01/1984

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