quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Pôr Ironia Ou Ignorância

Pôr Ironia Ou Ignorância


Muito tempo, tempo demais, eu levei para compreender que entre tudo a vida pode ser um instrumento intrincado, carente de lógica, que temos de fazer uso a esmo. Para um dia com a experiência, enfim, conhecer-mos o seu significado.

A vida pode ser uma arma que fere que mata! Ou que salva, enobrece e perpetua também!
Uma arma dada a uma humanidade criança. Que na sua inocência de uma forma displicente detona irremediavelmente parte valiosa da sua aparentemente inesgotável munição nos inúmeros, afoitos, frustrantes e constantes momentos de patética indefinição!

Vida poderoso instrumento, arma para o bem ou para o mal.

Arma usada desleixadamente pôr muitos, crivando de cicatrizes amargas e pustulentas mazelas a vida de todos... Tornando-as ao fim menos e menos belo.

Muito tempo eu levei para descobrir. O   porque de tamanha e crucial insatisfação, que me açaimava inexoravelmente a bem dizer. Toda e qualquer vontade e esperança de viver.

A vida a mim ofertada, como se uma faca fosse, sem eu saber pôr mim era brandida de uma forma errada. Pôr ironia ou ignorância, eu como uma criança.
Do lado errado dessa faca segurava, usando-a, pois contra mim, toda a agudez do seu fino corte. Esvaindo assim o fluídico elixir da esperança... A cada corte, a cada ação num fluxo sem refluxo até a morte!

Agonizante, em tempo hoje descobri sobre a vida, que para bem se viver é melhor esquecer-se de se reclamar da sorte, e enfrentar, e aprender e saber acima de tudo usá-la!
Vivendo, aprendendo e crescendo, tornando-nos a cada instante mais forte.
Nunca se lamuriando de no fundo, não ter-mos de fato a compreendido.
Mas conscientes de ao menos ter-mos tentado, ter-mos vivido...
Para que no fim de nossos dias com dignidade:
Possamos enfrentar enfim... O fim!... E a morte!

MOVA 17/03/1985

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