terça-feira, 23 de novembro de 2010

Lágrimas de Sangue



Lágrimas de Sangue

Hoje as lágrimas vieram me encontrar,
Triste e esmorecido, preso nas malhas eternas do tempo...

Loucura sufocante,
Pesadelo infernal
Que fere, recorta e estraçalha
A esta razão que ora me atormenta...

Vertiginosa queda se processa...
Luz que se apaga e aplaca... Medo que dilacera... Morte que ronda!

Entre explosões de pânico, minha alma chora.
Um monstruoso Minotauro a cada curva da minha mente espreita.
E um infinito labirinto enclausura no seu emaranhado de armadilhas
Toda a esperança de encontrar uma saída.

Triste senda!

Labaredas escaldantes transformam em magma o chão que eu piso.
Punhais do mais frio gelo cortam-me, defluindo-me o espírito.
Nos tornozelos, grilhões de incertezas férreas... Marcam e ferem,
Expondo-me dúvidas em múltiplas fissuras.

Cheiro cru! Gosto ácido!
Revolta nas mais ínfimas fibras,
Agonia no velho sangue.
Sangue que se esvai lentamente no tempo
Transmudado nestas lágrimas que pela última vez me saem...


MOVA 08/01/1985

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