terça-feira, 23 de novembro de 2010

Estas Linhas





Estas Linhas

Estas linhas que escrevo agora,
São depositárias fiéis do drama que me consome aos poucos...
Solidão!
Solidão amarga e ingrata!
Mas paradoxalmente companheira constante das minhas horas largas e tristes, em que eu passo inutilmente esperando você!

Solidão densa que me acoberta, nos muitos momentos
Em que desesperado sem ter você, perco a minha fé!
Solidão!
Solidão grudenta que me adere à alma
Estorvando os meus pensamentos, agonizando-me o espírito,
Nesta fase crítica onde ando à La réu...
Solidão sufocante!
Poço sem fundo que inexoravelmente me traga.
Solidão que me suplanta e tolhe...
Solidão que me devora e espanta!

Estas linhas que escrevo agora,
Talvez sejam lidas pôr você dentro em breve, talvez nunca!
Mas pelo sim, deixo aqui nelas registrada, tudo o que você não me deu oportunidade outrora... De dizer!
Sintetizando em tristes sentenças a essência residual de todo um sentimento despedaçado a cada golpe dado pelo malho algoz do destino revelando-lhe assim num futuro indeterminado estas coisas que hoje sinto e tanto me dilacera...

Pôr, não sei, quanto tempo, a revelação de o meu amor pôr você, a falta sua que sinto e o desespero da inevitável solidão que de mim se apoderou pôr todo este tempo sem você... Ficarão latentes e enclausurados neste patético desabafo a espera do momento incerto que você o lerá...

Não sei também, se é válido tudo isso eu deixar registrado...
Se de você nunca recebi uma esperança, um recado ou sinal...
De que em algum momento você tivesse me amado!

Mas num lampejo de esperança ou numa tentativa de abrandar esta solidão... Não pude evitar que a loucura me sobrepujasse a razão!
Pôr isso então, hoje um dia no seu passado... Eu estou, estava!
Retratando as dores minhas, sentindo a sua falta em cada palavra destas que eu usei... Pôr todas estas linhas!
MOVA 04/10/1984

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