terça-feira, 23 de novembro de 2010

Velha Sensação



Velha Sensação
  
Neste momento em que eu me encontro sozinho aqui em casa, tendo para mim momentos de efêmera paz e profunda reflexão...
É que eu me vejo então, tão só!

São nestes momentos, não tão raros assim que eu observo, deprimindo-me então, frente às astronômicas distâncias!

Distâncias inexoráveis que existem a separar uma idéia da sua concepção
Um coração de uma paixão ou mesmo: Um corpo de sua alma.

Isso, sem falar-mos, da distância existente entre um querer e o esperado poder, entre a luta e a vitória e enfim: quem sabe?...
Entre eu (nós sabemos!). E você...

Distância física, metafísica, astronômica e atroz!
Distância medida a espaços de tempo e quanto maior esse tempo, conseqüentemente maior à distância... Maior a dor... Menor a alegria, mais forte a necessidade de uma esperança... Menos forte a convicção e a fé!

E assim num turbilhão de intricados pensamentos, numa queda livre e solitária vou me perdendo... Ganhando distância, da vida irreversivelmente me afastando. Da realidade me distanciando ao caos me chegando, sofrendo... Sofrendo!
Em vida a tudo me subvertendo... No fundo: Morrendo... Morrendo!

Mas acalentando no íntimo, uma velha sensação escapista...
De que do outro lado... O da morte talvez...
Para compensar-me as agruras vividas neste...
Eu terei merecidamente, melhor sorte!


MOVA 20/11/1984

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