Uma questão de tempo

Uma questão de tempo

O tempo inexorável como uma barreira de pedras,

Interpõem-se entre nós, asfixiando sobre tudo o nosso amor.

Drenando aos poucos o brilho de nossos corações...

E a cada suspiro nosso, cresce mais ainda

Esta distância surda que tanto nos grita!

O tempo passa mais e mais...

E com ele vão sendo levados sonhos e ilusões passageiras,

Tornando a cada instante um pouco mais estéril o nosso dia a dia...

Hoje planto no meu coração a semente da esperança.

Mas vem o vento dos devaneios...

Trazendo nuvens negras de incertezas,

Gotejantes de duvidas e medos.

Nuvens tristes que descarregam sobre a semente plantada,

Toda a força de suas águas, levando numa enxurrada de desilusões,

A semente plantada, para bem longe do meu coração!

Um dia chegará o tempo em que não terá mais nada o que tirar de mim... Do que tirar de nós!

Um dia chegará o tempo em que não teremos mais tempo para nós preocuparmos com o tempo... Pois será esse tempo, o nosso tempo!

Tempo livre de distâncias, tempo livre de espaços...

Enfim: tempo livre de tempo!

Tempo, onde finalmente livre de tudo, teremos tempo de sermos eternos como o próprio tempo!

MOVA 22/06/1984